segunda-feira, 9 de maio de 2011

Hipóteses .


Seria um pouco falso da minha parte dizer que escrevo só pra mim. Sempre escrevi para outros, desde pequena.
Mas um dia desses me perguntaram o porquê de manter um blog, e eu não soube responder. Não é apenas porque gosto. Gosto de fazer zilhões de coisas e não faço. Não é porque alguma professora da quinta série elogiou uma redação de Minhas Férias, daí eu empolguei e achei que tinha um futuro brilhante. Também não escrevo porque sou tímida. Falo demais e a timidez nem faz parte de mim. Mas faz parte de mim querer com certa frequência, qualquer frase que seja, que simbolize algo para outra pessoa. Já escrevi para apaixonar e para expulsar. Já escrevi para consolar e para declarar amor. Já escrevi porque não tinha coragem de dizer pessoalmente. Hoje, eu acho que escrevo porque acho que sou mais bonita nas palavras. Mas só acho. E ninguém quer ser bonito pra si só. Todo mundo quer beleza para mostrar a alguém.

domingo, 8 de maio de 2011

A espera.

A espera ainda continua. A espera corresponde ao modo natural do rumo das coisas. Todos os dias esperamos dos outros e em retribuição eles esperam de nós. A espera é algo terrível... verdadeiramente doente. Permaneço numa contínua espera que quando é alcançada não se concluí em todas as expectativas nela depositadas. Talvez seja uma mera desculpa para não reconhecer quem eu sou, individualmente, que espero de mais ou outros que não esperam tanta espera.
Frases obsessivas que não conduzem a um outro lugar que não à desordem mental. Provavelmente deveria puxar os freios à corrida do tempo e deixar de esperar na pressa do cotidiano. Mas é tudo tão veloz e instantâneo que não me conscientizo de que as esperas são demasiadas. De que o problema reside na minha atitude perante os outros, que não são eles que não me satisfazem as expectativas e os desejos mas sou eu que os fantasio. É como esperar o que não existe, algo que é ficcional e sobre o qual me deleito. E adormeço sobre pessoas que não existem e que vagueiam na minha realidade, a qual diverge do mundo físico. E na manhã seguinte elas somem por não fazer parte do mundo real. Criar espectros é puramente uma forma de escapar da realidade, é a loucura do reconforto. Será errado? Não sei. Mas é doentio e destrutivo. Enquanto aspirar um mundo pelos meus sentidos intrincados entre os meus desejos, irei padecer desta espera eterna e verdadeiramente errônea.







(Taynne Cristyne )